Rare Earth – Discografia

RARE EARTH





BIOGRAFIA


O Rare Earth, responsável por uma saudável mistura de hard rock e música negra, acabou ficando meio perdido em meio a vários grupos pesados dos anos 70, mas marcou época. Aqui no Brasil o grupo teve vários singles lançados e até mesmo uma música em trilha de novela – “I just want to celebrate” entrou na trilha da global Bandeira 2 (Som livre, 1972), que se notabilizou por trazer sucessos não menos marcantes de Michael Jackson (”Got to be there”), Marvin Gaye (”Mercy mercy me”) e Diana Ross (”Remember me”), além de uma obscura música de Stevie Wonder, “How can I believe” (tirada de um disco instrumental dos anos 70, que o cantor assinou como Eivets Rednow).
A banda veio da terra da Motown, Detroit (EUA) e fez fama por ter sido o primeiro grupo branca contratado pelo selo, normalmente só de negros. Surgidos em 1961 com o nome The Sunliners, os rapazes (a saber: Gil Bridges, vocal, flauta, tablas, saxofone; Eddie Guzman, percussão; Kenny James, teclados; John Persh, baixo e vocais; Pete Rivera, bateria; Wayne Baraks, vocais) chamaram a atenção da diretoria da gravadora, que desejava criar uma subdivisão só para artistas brancos, mais ligada ao rock e ao som psicodélico. O curioso é que a banda sugeriu ao pessoal da Motown que o selo tivesse o nome de seu primeiro artista contratado – e a diretoria aceitou. Sob o label Rare Earth, que existiu até 1976, saíram discos de bandas como The Messengers, Love Sculpture, Pretty Things (grupo dos anos 60 que resolvera voltar nos 70, por intermédio de um contrato com o selo Swan Song, do Led Zeppelin) e até um dos primeiros LPs do cantor Meat Loaf (aquele mesmo, de “Bat out of hell”), Stoney & Meatloaf.
O Rare Earth tinha claras conexões com a black music, entupia suas músicas de percussões, guitarras com wah-wah, fortes linhas de baixo e vocais roucos, além de cantar diversas covers de artistas da Motown em bares. Seus primeiros sucessos foram covers dos Temptations, “Get ready” e “(I know) I’m losing you” – música cuja parte de percussão, sampleada, geraria a introdução de “Queimando tudo”, do Planet Hemp, nos anos 90. Entre os outros sucessos da banda, incluídos nesta coletânea, estão o rock latino de “Born to wander”, o suingue pesado de “I just want to celebrate”, a mescla de rock e soul de filme policial de “Hey big brother” (destaque para o órgão com pedaleira), etc. “What I’d say”, clássico de Ray Charles que dez entre dez artistas das primeiras levas rockeiras gravaram e/ou tocaram ao vivo (Beatles, Stones, Jerry Lee Lewis) aparece numa versão pesada, irreconhecível, da qual praticamente só sobrou o refrão. O estilão rock´n roll com cowbell, que reinou nos anos 70, comparece em “Good time Sally”. A banda ainda soltou R&B mais prototípicos em “Ma” e “Big John is my name”, além de uma inacreditável disco-music, “Warm ride” e do blues “Tobacco road”. The very best of Rare Earth acaba sendo uma bela viagem pela fusão rock-soul-lisergia, aberta por inúmeras bandas desde os anos 60.
O último disco do Rare Earth lançado pelo selo homônimo foi Midnight lady, em 1976. Depois o Rare Earth (o selo) fechou as portas e o Rare Earth (a banda) foi para a pequeno etiqueta Prodigal, pela qual gravaria até 1981. Até lá, a banda teria inúmeras mudanças de formação e, depois disso, sairiam vários discos ao vivo e coletâneas. Pouco lembrada, a banda chegou, recentemente, a ser desenterrada num dos episódios da sitcom Friends, que usou “Get ready” como música de fundo numa cena – sem falar da sampleagem do Planet, pouquíssimo anunciada, embora “Queimando tudo” tenha tocado bastante no rádio. O que pode surpreender muita gente é que o Rare Earth continue na ativa, embora não grave nada há tempos.




DISCOGRAFIA



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